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Green Food
Cada vez mais famílias optam pela alimentação vegetariana ou mesmo por uma dieta vegana, ainda mais radical. Mas… será que podemos aderir a estes regimes logo a partir das primeiras papinhas, ou há cuidados especiais a ter em relação aos bebés? Passamos a explicar…

A alimentação vegetariana consiste em servir apenas cereais, legumes, verduras, hortaliças e frutas frescas todos os dias, tanto ao almoço como ao jantar. Este regime vegetal atrai um número cada vez maior de famílias, aproximadamente 6% da população. Trata-se de uma escolha que aposta na saúde e na conservação do meio ambiente. A dieta ocidental, omnívora, porém tendencialmente desequilibrada, é um dos principais responsáveis pelo risco de hipertensão e diabetes. Completamente o contrário da dieta mediterrânica, considerada um modelo de “perfeição nutricional”, e reconhecida como património cultural da humanidade pela UNESCO. É lamentável, uma vez que o regime alimentar adotado pela família também condiciona a introdução de outros alimentos, para lá do leite. Principalmente hoje em dia, em que vivemos tempos de liberalização do calendário e, inclusive, de “autogestão”, uma opção tomada por um número crescente de mães, e apoiada por inúmeros especialistas, sempre e desde que se sirvam os alimentos “adequados”. Por isso é tão importante que se reflita sobre o modelo alimentar da família.

A DIETA OCIDENTAL
• Tal como nos outros países ocidentais, também em Portugal a alimentação mudou bastante nos últimos 50 anos. Temos menos tempo para cozinhar e para fazer as compras, esquecemos os alimentos básicos (os cereais) e só os consumimos em forma de farinhas refinadas, sem a maioria dos seus princípios nutritivos. O mesmo sucede com os legumes. Além disso, quase nunca chegamos a consumir as cinco rações de fruta e verduras recomendadas. Resultado? Ficamos, ao mesmo tempo, sobrealimentados e mal alimentados, afirmam os especialistas. A isto acrescentam-se os consequentes riscos de doenças cardiovasculares, diabetes e até mesmo o cancro. Hoje em dia, a dieta da maioria das famílias é desequilibrada, com um consumo excessivo de enchidos, queijos e derivados do leite. O resultado é um excesso de proteínas animais e gorduras. Além disso, trata-se de uma dieta monótona uma vez que inclui sempre os mesmos alimentos, muitas vezes pré-cozinhados, e que são consumidos à pressa. Em alguns casos, falamos de alimentos com um valor nutricional escasso, como é o caso das batatas fritas ou dos refrigerantes.
No entanto, há quem prefira não dramatizar. É difícil determinar qual é o melhor modelo alimentar: na verdade, não há nenhum alimento que seja mau em si mesmo. O segredo está em não se exceder a respeito da sua própria necessidade nutricional. Nós, adultos, percebemos logo as consequências: aumentamos de peso. Por outro lado, no caso das crianças, são as tabelas de crescimento que evidenciam o desequilíbrio. É importante equilibrar a alimentação com uma atividade física saudável.

A DIETA MEDITERRÂNICA
• Baseia-se no azeite virgem, nos cereais, fruta fresca e seca, verduras, e numa quantidade moderada de peixe, lacticínios e carne. Utiliza muitos condimentos e especiarias, respeitando as tradições locais. É considerada o melhor modelo nutricional, no entanto a alimentação dos portugueses tem cada vez menos a ver com este regime. Por exemplo, o excesso de pão, massa e arroz não coincide com a dieta mediterrânica. Na verdade, esta dieta é muito semelhante ao regime “ovolactovegetariano”, exceptuando as quantidades moderadas de carne e peixe, que são consumidos duas vezes por semana, no máximo, e em pequenas quantidades. Nas áreas geográficas e nos períodos históricos em que prevalecia, a dieta mediterrânica foi sempre associada a uma ausência praticamente total de doenças cardiovasculares. Do mesmo modo, tem também um efeito preventivo dos diabetes e da obesidade. No entanto, o ponto fraco desta cultura alimentar é o seu abandono progressivo por parte dos países que a praticavam tradicionalmente, entre eles, Portugal.
Hoje em dia, consumimos menos de uma porção de legumes por semana, ao invés das três ou quatro aconselháveis. Em compensação comemos seis ou sete porções de carne.

OVOLACTOVEGETARIANISMO
• Baseia-se no consumo de alimentos de origem vegetal, aos quais se acrescentam lacticínios e ovos em quantidades moderadas. Até há bem pouco tempo atrás era uma decisão orientada, acima de tudo, por razões éticas (o respeito pelos animais) e ecologistas (por oposição aos métodos de criação intensiva, insustentáveis para o meio ambiente). Claramente a favor, a American Dietetic Association (ADA, hoje em dia, Academy of Nutrition and Dietetics) baseia-se em 256 artigos de literatura científica, segundo os quais “as dietas vegetarianas, corretamente planificadas, são saudáveis, adequadas do ponto de vista nutricional, e podem trazer benefícios para a saúde na prevenção e tratamento de algumas patologias”. Por outras palavras, são adequadas a todos, em qualquer fase da vida, incluindo a gravidez, a amamentação, a primeira e segunda infância, e a adolescência.
Mas, apesar do beneplácito da marca USA, há quem continue cético. A alimentação humana baseia-se em cinco grupos de alimentos; porquê excluir alguns deles (lácteos e ovos, ou carne, ou ambos) se não existe um problema específico, como alergia ou intolerância? Se comemos de forma equilibrada, não existem diferenças entre uma dieta vegetariana e uma omnívora, em termos de saúde: o risco de contrair doenças é o mesmo, bem como a mortalidade.

A DIETA VEGANA
• Trata-se da opção mais “radical”, porque é totalmente vegetariana, ou seja, exclui até mesmo o leite, os ovos e os seus derivados. Na opinião de muitos, é uma dieta “desequilibrada”, ou seja, provoca carências de proteínas, cálcio e ferro. Que certezas temos? Até à data, não existem estudos científicos reconhecidos, no entanto, de acordo com a experiência clínica dos pediatras que advogam a dieta vegana, esta tem os seus efeitos positivos. Uma dieta hiperproteica favorece um estado de azia que pode significar uma condição pró-inflamatória. A quantidade elevada de episódios infecciosos em muitas crianças, na maioria dos casos, está mais relacionada com uma descida das defesas imunitárias e com a condição pró-inflamatória, fatores que são auxiliados pela dieta ocidental, do que com a pertença a comunidades infantis.
Do mesmo modo, segundo alguns investigadores, também as curvas de crescimento das crianças omnívoras são equiparadas às das vegetarianas. Por vezes as crianças vegetarianas são um pouco mais magras, mas isso é visto como algo positivo hoje em dia. Para lá do risco de anemia e de carência de cálcio, que continua a ser um motivo de controvérsia entre partidários e detractores da dieta vegana, existe uma carência assegurada: a da vitamina B12, que só se encontra nos alimentos de origem animal.
Por isso, é necessário tomar um suplemento, principalmente na fase de desenvolvimento. Entre os 1 e 3 anos de vida são precisos 3 mcg por dia.
As crianças têm direito a uma alimentação completa, que não exclua nenhum tipo de alimento e na qual estejam presentes todos os nutrientes.
8 REGRAS PARA COMEÇAR BEM
1. LEITE DE FÓRMULA (NÃO VEGETAL)
Quando se para de dar o peito (mas o leite continua a ser um alimento básico na alimentação), não se pode recorrer aos leites denominados de “vegetais”: estes têm características muito diferentes das do leite materno. Nestes casos, deve-se utilizar o leite de fórmula (de continuidade ou de crescimento), porque é o mais semelhante ao leite materno.
2. CREME DE LEGUMES SUBSTITUI A CARNE
A base continua a ser a mesma: o puré de verduras. No entanto a carne e o peixe são substituídos por um creme de legumes. Deve ser feito em casa com legumes sem casca, ou então retirando esta depois de cozidos. Na dieta vegana, as fontes de proteínas são inúmeras: procedem dos legumes, dos cereais e das verduras.
3. INTRODUZIR TODAS AS VERDURAS
Quer seja como base para a sopa ou na forma de puré, as verduras são sempre ótimas, desde que sejam da época, e não há distinção entre elas nem um calendário para a sua introdução na dieta alimentar. Tendo em conta a sua importância na alimentação e a marca que uma experiência sensorial tão precoce deixa, todos os tipos de verduras devem ser dadas à criança sob a forma de cremes e purés, mas uma a uma, de modo a que a refeição se transforme num “ginásio” de sabores, aromas e cores.
4. ÓLEO DE SEMENTES DE LINHAÇA NO PURÉ
Acrescentar uma colherzinha de óleo de sementes de linhaça ao puré garante o consumo adequado de Ómega 3. Deve ser conservado no frigorífico e não pode ser usado para cozinhar, uma vez que os seus ácidos gordos polinsaturados se alterariam.
5. SEMENTES OLEAGINOSAS
Por último, deve dar ao bebé uma pequena colher de sementes oleaginosas (linhaça, sésamo, girassol ou abóbora), moídas num moinho para café, antes de consumir. Também pode juntar, de vez em quando, pequenas quantidades de frutos secos (nozes, amêndoas, castanha de caju, avelãs e pinhões), triturados antes de consumir.
… E ATÉ AOS DOIS ANOS:
6. NÃO INTRODUZIR FIBRA (NÃO INTEGRAL)
A alimentação vegetariana dá preferência à fibra e aos alimentos integrais, mas não no caso das crianças mais pequenas. A fibra diminui a absorção e, por isso, há que reduzi-la ao mínimo, a fim de garantir o máximo de contributo nutricional.
7. NÃO À DIETA MACROBIÓTIC
É frequente confundi-la com a vegetariana. Se não for bem praticada, pode ser responsável por casos de malnutrição em crianças.
8. ÁGUA
Numa dieta vegana, é aconselhável o consumo de água calcária, porém de baixo teor em sódio.

A ESCOLHA IDEAL? UMA BASE “VERDE” PARA TODOS!
• Toda a gente devia ter uma base vegetariana na sua dieta alimentar, à qual se poderiam acrescentar alimentos de origem animal, ou não. Mudar o menu não é difícil: basta prestar a devida atenção ao que põe na mesa, sem renunciar ao prazer do paladar. Mas, apesar de as crianças vegetarianas se habituarem desde cedo ao sabor das verduras, bem como aos cereais e aos cremes de legumes, isto custa muito às restantes!… A formação do gosto dá-se através de todos os sentidos. As crianças detestam cores escuras e consistências viscosas, duas experiências que têm a ver com a visão e o tacto. O ouvido também está implicado: o barulho na cantina ou o ruído de fundo do televisor aumentam a rejeição ao alimento. Pelo contrário, são atraídas pelos alimentos crocantes, como as batatas fritas ou os legumes crus. A neofobia, quer dizer, a rejeição a novos alimentos, não costuma aparecer antes dos dois anos, porque a criança tem uma relação simbiótica com a mãe e aceita qualquer alimento que ela lhe oferece. Entre os quatro e os sete anos, o processo de individualização e o desenvolvimento psicológico levam-na a tomar decisões próprias, rejeitando provar novos alimentos de modo espontâneo. Um dos erros mais comuns é a “cozinha dupla”, ou seja, oferecer à criança alimentos distintos dos que são dados aos adultos. As crianças aprendem por imitação e, também à mesa, seguem o exemplo dos seus pais. No entanto, as porções devem ser à medida do pequeno e, no caso de uma recusa, o mesmo prato deve ser oferecido de novo, mais tarde e de forma gradual. Se, apesar dos bons exemplos, a criança continua a recusar alimentos, pode brincar com as cores das verduras, combinando as de cores mais escuras com alimentos mais claros, como cubos de queijo ou beringelas descascadas. As crianças também adoram mexer na comida, pelo que lhe pode dar alimentos crus (cenoura, aipo, funcho…), que podem ser comidos à mão.
SE OPTA PELO VEGETARIANISMO, TENTE EVITAR OS ERROS
• Quando se decide a introduzir novos alimentos de forma vegetariana, deve consultar o pediatra ou mesmo dirigir-se a um nutricionista especializado em alimentação vegetariana, para se informar o melhor possível. A criança não é um adulto em miniatura, mas sim um organismo em crescimento e com necessidades nutricionais específicas. Todas as dietas devem ser bem planificadas, sobretudo se a escolha é a vegetariana e se receia que o bebé sofra de carências.
• No que diz respeito ao cálcio, algumas verduras, como a rúcula e a couve lombarda, contêm mais quantidade do que o queijo. E, se necessário, pode recorrer a produtos enriquecidos ou ao consumo de águas calcárias. O risco de anemia devido a uma eventual carência de ferro, procedente sobretudo da carne, pode ser resolvido recorrendo a legumes, frutos secos e verduras de folha verde, aliadas a fontes de vitamina C, por exemplo temperando os alimentos com limão. O leite e os seus derivados não são insubstituíveis: pelo contrário, se são consumidos em excesso, interferem na absorção do ferro. Também é verdade que as crianças veganas costumam consumir menos gorduras “más” e mais gorduras “boas”, como o Ómega 3 (procedente dos frutos secos e das sementes oleaginosas, como as da linhaça).
No entanto, enquanto a dieta ovolactovegetariana não coloca problemas e pode ser introduzida logo a partir do início da alimentação complementar, porque não acarreta desequilíbrios nutricionais, a dieta vegana requer a introdução de suplementos de vitamina B12, bem como o consumo de alimentos enriquecidos (por exemplo, à base de cálcio) desde o princípio.
XSAÚDEX Sopro inocente no coração Trata-se de algo cujo nome pode gerar um certo alarme nos pais, mas que, na verdade, é completamente inofensivo e bastante frequente em idade pediátrica. Vejamos o que o caracteriza. O coração divide-se em duas metades, separadas por uma película formada por duas camadas e que se cerra ao nascimento. Cada uma destas cavidades está, por sua vez, dividida em outras duas, as aurículas e os ventrículos, separadas por umas válvulas que se abrem para permitir a passagem do sangue da aurícula para o ventrículo, e que se fecham imediatamente para evitar o refluxo do sangue. Estas válvulas, ao fechar, fazem um ruído que se pode ouvir com o estetoscópio e que também se sente, pondo a mão no peito, sobre o coração: são os batimentos cardíacos (tum-tum, tum-tum). EM QUE CONSISTE? O IMPORTANTE É TER CONSCIÊNCIA DA SUA EXISTÊNCIA

• Pode acontecer que uma das válvulas seja mais estreita que o normal, ou não feche devidamente. Também pode ser que o “biombo” que separa as duas metades do coração não se tenha cerrado completamente no nascimento. Estes e outros problemas são as causas de sopros patológicos, quer dizer, ocasionados por alterações no coração.
• Também pode acontecer que o coração seja completamente normal, que não existam nem estrangulamentos nem falhas no cerrar das válvulas, e que, no entanto, se ouça um sopro, como um “buff”. Trata-se, neste caso, de um ruído fora do normal num coração normal. De facto, acontece com frequência que este sopro não patológico se ouve apenas em circunstâncias especiais, por exemplo quando o pequeno tem febre, ou quando está deitado no berço e desaparece quando o sentamos. Estas e outras características, que o pediatra conhece muito bem, descartam a hipótese de uma doença e o diagnóstico é de sopro inocente, uma denominação bem demonstrativa do seu carácter inofensivo. Apesar de, muitas vezes, o pediatra estar convencido da inocência do sopro, pode pedir uma consulta a um cardiologista pediátrico, que fará um diagnóstico de segurança.
A criança poderá fazer uma vida normal quando crescer? Claro que sim. O importante num sopro inocente é conhecer a sua existência, já que, se numa consulta médica posterior (feita por um médico diferente do habitual) vier a ser informada desse aspecto, poderá sempre responder “Já sabia…”, evitando o sobressalto de vir a sabê-lo desse modo e recear que o seu filho tenha uma doença cardíaca.
XSAÚDEX Um belo sorriso Quando aparecem os dentinhos? O que fazer no caso de se partir um dente ou de ter cáries?… Vamos conhecer as respostas dos especialistas às dúvidas mais comuns a respeito deste tema. DENTIÇÃO O meu filho tem as gengivas inchadas há três semanas e morde tudo o que encontra. Os dentes vão começar a romper? É possível que lhe nasça mais de um ao mesmo tempo, por exemplo o incisivo inferior e o incisivo superior? À minha filha, de cinco anos, já lhe caíram alguns dentes de leite, mais concretamente, os incisivos inferiores, e está quase a mudar também os superiores. Não é um pouco cedo de mais?… HIGIENE ORAL A partir de que idade se pode lavar os dentes da criança? O meu filho de quatro anos e meio lava os dentes sem usar dentífrico (qualquer sabor o enjoa). O resultado é o mesmo? Posso usar bicarbonato, como alternativa? CÁRIES A minha filha de cinco anos tem um problema de descalcificação dos dentes e, de há dois anos para cá, tem cáries com frequência, sempre devidamente tratadas, e também umas manchas esbranquiçadas. Será que vai continuar a ter os mesmos problemas quando nascerem os dentes definitivos?

COMO ACONTECE
A minha filha, com quase 15 meses, só tem oito dentes, todos incisivos (inferiores e superiores). As gengivas estão brancas e duras ao toque já há algum tempo, mas os caninos não despontam. Por outro lado, tenho uma sobrinha que, com 18 meses, ainda não tem nenhum dente e estamos muito preocupados. Isto é normal?
• Os dois casos são normais, tendo em conta a variabilidade subjetiva no que respeita aos tempos de erupção dos dentes. Seria aconselhável levar as crianças a um odontologista pediátrico, que poderá controlar os “esboços” ocultos dos dentes que vão romper e, com isso, tranquilizar os pais.
• O nascimento simultâneo de dois dentes é pouco frequente, mas não constitui qualquer tipo de problema. Nesta fase, morder é algo fisiológico e serve para comprimir a gengiva, estimulada no sentido contrário pelo dente que está a ponto de nascer. No entanto, entre estes sintomas e a saída efetiva do dente podem ainda decorrer até um par de meses.
• Não: é normal. Provavelmente, os dentes de leite também lhe nasceram cedo. Devemos ter em conta que algumas crianças têm o primeiro dente aos quatro meses, enquanto outras só o têm com um ano. A mesma variabilidade subjetiva pode ocorrer nos dentes definitivos.
QUANDO E COMO
• Deve começar a partir do nascimento, usando uma gaze molhada, enrolada no dedo. A superfície exterior das gengivas deve ser limpa mesmo antes do nascer dos dentes. Enquanto estão a despontar, pode usar uma escova de dentes para bebés, que deve ser manipulada pela mamã ou pelo papá. Mais adiante, quando a criança já tiver adquirido alguma destreza com as mãos, por volta dos 4-5 anos, podemos ensiná-la a lavar os dentes sozinha. Pelo contrário, são desaconselháveis outros instrumentos para a higiene oral, como é o caso do fio dental ou dos palitos, até que a dentição permanente esteja completa (em geral, por volta dos 12-13 anos).
• A pasta de dentes com flúor deve ser usada quando a criança tem o reflexo da deglutição suficientemente desenvolvido para que não engula o dentífrico, ou seja, por volta dos quatro anos. Antes desta idade deve-se usar um produto sem flúor. No entanto, o aspeto principal da higiene oral está baseado na ação mecânica. Mesmo assim, a mamã deve assegurar-se de que a limpeza é feita corretamente: a escova deve efetuar um movimento rotativo desde a gengiva até ao dente, de modo a eliminar os restos de sujidade. De qualquer modo, se a criança rejeita a pasta de dentes, não faz sentido recorrer a substâncias alternativas, como o bicarbonato.
E OUTROS PROBLEMAS
• As manifestações precoces de cáries costumam surgir quando a criança, em pequena, adormecia com líquidos açucarados no biberão, ou então quando bebia sumos de fruta durante o dia. Talvez sejam os avós, apesar da atenção dos pais, que permitam à criança alguns doces a mais. Na verdade, é um erro comum pensar que um dente de leite cariado não tem consequências para a saúde oral, uma vez que irá cair, de qualquer modo. Pelo contrário, a estrutura dos dentes contíguos ressente-se de imediato, o que, por sua vez, terá consequências no dente definitivo. Uma perda precoce determina uma alteração na oclusão da dentadura futura. Para evitar que o problema alastre aos dentes permanentes é indispensável alterar os hábitos alimentares, evitando os açúcares (que são um terreno de cultivo para as bactérias da cárie, como o Estreptococo mutans), especialmente entre as refeições, bem como manter uma rigorosa higiene oral. O Estreptococo pode ser transmitido pela mãe, caso esta tenha problemas de cáries.
XMOCHILAX As fases do parto 1 DILATAÇÃO Quanto tempo dura? O que faz o bebé? 2 EXPULSÃO Quanto tempo dura? O que faz o bebé? 3 SECUNDINAS Quanto tempo dura? A FASE PRODRÓMICA É um momento preliminar em que as contrações se começam a notar com intensidade, porém são ainda muito irregulares, tanto em intensidade quanto em duração. Pode-se sentir uma contração a cada meia hora, ou então 2-3 em pouco tempo, seguidas de outras mais espaçadas. Algumas são mais fortes, ao passo que outras são mais ténues. De vez em quando, há uma sensação de peso no baixo ventre, que, na verdade, se pode notar até 15 dias antes do nascimento. Na maioria dos casos, estas contrações preparatórias começam de noite e não deixam dormir a futura mamã, ao passo que, de manhã, tudo se tranquiliza. Entretanto, a mulher não sabe o que fazer; se vai para o hospital ou fica em casa a aguardar outros sinais… Quanto tempo dura? O que faz o bebé? OBRIGADO POR LER
São três. Explicamos o que acontece no seu corpo e qual é a intervenção do bebé.
É o período em que as dilatações se vão tornando cada vez mais frequentes e intensas, para permitir a distensão do colo do útero. Apesar de ser a fase mais dolorosa, paradoxalmente, do ponto de vista psicológico, é a que dá à mulher uma sensação de plenitude e bem estar. A mãe dá-se conta de que o seu sofrimento está, finalmente, a ter resultados. À medida que a parteira avalia a dilatação do colo do útero, percebe que o seu esforço está a chegar ao fim.
Depende de fatores diferentes: quanto mais diminui e se alisa o colo do útero nas horas anteriores, mais rápida é a dilatação. Igualmente, o facto de já ter tido outros filhos pode ter influência na rapidez da dilatação. De facto não é raro que, nestes casos, ocorra uma dilatação passiva, uma vez que a gravidez anterior, aliada ao peso do bebé, tende a dilatar um pouco o colo, ainda que não se tenha iniciado a dilatação propriamente dita. Por outro lado, o apoio psicológico que a parturiente recebe do seu companheiro e das pessoas que a assistem no parto desempenha, também, um papel importante. Receber alento e apoio pode ajudar a mulher a descontrair e a acompanhar as contrações e os impulsos do bebé o melhor possível.
O bebé empurra o colo do útero com a sua cabecinha e começa, pouco a pouco, a dirigir-se para o canal de parto, preparando-se para sair.
Começa no momento em que a dilatação do colo do útero está completa, quer dizer, quando atinge os 9-10 centímetros. É a fase em que o bebé está quase a nascer. Na verdade, também é conhecida como a fase da “separação”, porque é o momento em que a mamã se separa do filho, depois de o ter carregado no ventre durante nove longos meses. Apesar de ser a fase que exige mais esforço, constitui uma experiência que deve ser bem saboreada. É o momento em que não só está a nascer um novo ser, como também uns novos pais.
No caso das mamãs pela primeira vez, costuma decorrer uma hora, entre a dilatação completa e o nascimento do bebé.
Se a mulher já teve filhos antes, o tempo costuma reduzir bastante.
Através dos seus empurrões e das contrações uterinas, o bebé encara o canal de parto com a cabecinha. É o momento em que faz a chamada rotação interna, indispensável para adaptar o diâmetro da cabeça ao da pélvis da mamã. A occipital (a nuca) gira 1/8 para alinhar a cabecinha com o osso púbico, com o dorso e a nuca para a frente e a cara virada para a parte posterior. Uma vez executada a rotação, a cabeça faz movimentos de extensão. Fazendo alavanca do osso púbico, a occipital começa a esticar-se, até que começa a assomar na superfície perineal.
É o momento em que a placenta se desprende, uma vez que já terminou a sua função de alimentar o bebé. Apesar de o bebé já ter nascido, as secundinas fazem, também, parte do parto, em que constituem a fase de conclusão conhecida como “dar à luz”. Para expulsar a placenta, o útero tem mais uma pequena contração, da qual a mamã muitas vezes nem se dá conta, depois das contrações intensas do parto. Quanto muito, pode ter uma sensação de endurecimento da barriga.
As secundinas podem acontecer um par de minutos depois do parto, mas também chegam a demorar 15-20 minutos. Se, uma vez passado este tempo, a placenta não sai, a parteira faz pequenas massagens no baixo ventre. Outro “método”, que costuma resultar na maioria dos casos, consiste em pôr o bebé no peito da mãe de imediato. A sucção estimula as contrações uterinas e, consequentemente, facilita a expulsão da placenta.
Não é uma fase, propriamente dita, do parto, apenas uma fase preparatória do período de dilatação.
Precisamente por isto, trata-se de uma fase que pode gerar muita ansiedade, porque a futura mamã tem a impressão de que não se está a passar nada e as dores que sente são completamente “inúteis”. Pelo contrário, estas contrações tão irregulares são importantíssimas, porque preparam o colo do útero, que, hora após hora, se encolhe e alisa.
Só depois da modificação do colo pode começar a dilatação, propriamente dita. Durante a fase preparatória, pode dar-se a expulsão do tampão mucoso, uma substância gelatinosa situada no interior do colo do útero que serve para isolar o ambiente uterino do exterior, e que pode ser acompanhada de pequenas perdas de sangue. Muitas vezes, também se dá a rotura das águas.
Entre algumas horas e 2-3 dias.
Nesta fase, o bebé está tranquilo. Por outro lado, quando a mamã sente a pressão para baixo, isso significa que o bebé começa a esticar-se, ou seja, a estender os braços e pernas, para tentar encarar o canal vaginal.
O MEU BEBÉ
Irá receber o seguinte número da revista
na próxima semana

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